sábado, 29 de janeiro de 2011




Cidade.


Passam por mim tantas pessoas cansadas, famintas, estressadas, atrasadas, mal-educadas, felizes... E boa parte delas prestes a desistir de tudo, pedir as contas e sumir.Indo pra casa, escola, trabalho, visitar um amigo doente, ou até mesmo sem rumo. Passam por mim centenas de rostos com traços diferentes porém com expressões tão similares. Expressões essas motivadas talvez por uma briga com o namorado, uma nota baixa, uma discussão com o pai, um chefe exigente... Todos á espera de algo que os afaste de seus problemas ou mesmo que os leve até eles. Olhando daqui é como se eu pudesse ver seus pensamentos, como se cada uma dessas pessoas carregasse consigo um balão de pensamento, como nas histórias em quadrinhos. Fico de longe imaginando o que poderia estar afligindo aquela senhora na fila do super mercado, ou o que poderia ter causado aquele sorriso bobo no rosto daquele rapaz que eu vi hoje mais cedo... Me perco em pensamentos que não me pertencem. Gosto dos contrastes, das vozes, das cores, das buzinas, dos encontros, dos telefones tocando... Num vai-e-vem de pessoas que mais parece interminável.

domingo, 23 de janeiro de 2011




Nostalgia.

Esta madrugada, com o rádio ligado numa estação qualquer, á espera de uma canção que me fizesse dormir,  tocou uma música que conseguiu me fazer sentir o gosto da minha infância e projetá-la ali, diante de mim. Lembrei de vizinhas inconvenientes se perguntando se eu era um garoto ou uma garota. Tal situação fazia me sentir como um alienígena. Talvez fosse pelo fato de eu não usar brincos e nem maquiagem, como as minhas primas; me vestir mesmo feito um garoto e preferir ficar em casa ao invés de ir pra rua brincar de Verdade ou Consequência. Eu até tinha algumas bonecas, mas ela me davam um medo! Aqueles olhos azuis enormes me vigiando me causavam um desconforto inexplicável. Eu não mudei muita coisa desde então... Continuo sem brincos e sem maquiagem, e ainda me visto feito um garoto. O que mudou, é que agora já não me sinto um alienígena quando falam da minha roupa ou do meu cabelo, eu até me sinto bem sendo diferente! E essa é a maior prova de que eu cresci.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011




Maioridade.

Um momento esperado por mim muito mais do que ansiosamente. E agora, com sua chegada, posso ver que esse momento representa muito mais do que permissão pra dirigir ou fazer uma tatuagem! O peso dos meus 18 anos é bem maior do que imaginei. É como se eu tivesse sendo constantemente cobrada para dar qualquer tipo de orgulho a minha mãe e a mim mesma tambem. E por falar em minha mãe, vou sentir tanta falta dela me pedindo pra dormir mais cedo ou me chamando pra jantar aos berros! É mais uma coisa que sinto que meus 18 anos vão me tirar: A super preocupação da minha mãe comigo. Mas enfim, sinto que esse ano vai ser mesmo decisivo. Trabalho, universidade... Já consigo sentir o cheiro da minha vida adulta vindo aí. E eu cheguei a duvidar que ela chegaria.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011




Preciso falar sobre mim, preciso muito.Sinto falta daquela facilidade que eu tinha com as palavras. Há algum tempo atrás, essa garota que vos escreve, tinha uma destreza tremenda ao falar de seu eu interior, e agora, por mais qe as duas tentem qualquer tipo de comunicação, se tornam cada vez mais distantes. Tudo que eu consigo ver, ainda que seja uma visão meio turva, é um grande ponto de interrogação. Minha vida se tornaria tão confusa após o sofrido ano de 2010 como eu jamais poderia supôr. Apesar de estagnado, o ano passado disparou sobre mim um turbilhão de acontecimentos tão dolorosos quanto vazios, tudo ao mesmo tempo. Terá chegado ao fim minha tal odisséia naquele final de novembro? Deveria eu esquecer tudo que passou, mesmo tendo me rendido cicatrizes tão profundas?
Ah, olha ele de novo! Meu grande ponto de interrogação... E agora, está tão claro quanto um farol de xenon. Encontrei ao longo desse meu caminho, tantos homens-de-lata; Porém ao contrario do da historinha, eles não almejavam um coração qualquer, eles queriam o meu coração, para que pudessem devorá-lo ouvindo sua música favorita misturando-se com o som de minha voz... Minhas súplicas.Espero que eu tenha realmente aprendido que 'Sim, eles mentem.'